quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O espantalho e a mariposa

No seu milharal de fantasias
Ele é boneco a que tudo assiste impávido
Ela uma pequena intrusa que teimosa roça seu rosto e o chama pra brincar
Inquieta, não sossega diante da estaticidade do amigo
Faz mil piuretas durante a  longa noite
E sem compreender, dança dança até cansar
Ou também seria o contrário
Ele o maestro de uma música louca
Ela  delicada bailarina
Esforçada em afinar os passos com seus acordes
Executa a bela coreografia que o deixa encantado a ponto de baixar a guarda
E deixá-la pousar suavemente no seu ombro troncho
Para descansar sob seus cabelos de palha
Sonhando que juntos possam um dia de mãos dadas passear