terça-feira, 5 de agosto de 2014

Meus desencontros são com gente que não tem poesia em seus corações. E não sabem viver de metáforas. E por isso não podem me compreender. E são exatos demais. E vêem um elefante onde eu vejo um arco íris. E vêem uma luz branca onde eu vejo fractais. Eu sou incabível. Minha alma não se comunica com essas divergências. Cansei de brigar. Quero o calor de quem me aceita só de olhar.

sexta-feira, 18 de julho de 2014

Nesse jogo de valores qual é meu preço? Pago o preço que for pra me despir das minhas idéias Pra te vestir com minhas idéias Pra fazer das suas idéias as minhas Eu valho menos corrompida pelos seus valores? Eu não valho nada vestida com minhas mentiras? E na roleta russa desse meu guarda roupa obsceno, quem me dá mais garantia?

sexta-feira, 11 de julho de 2014

A lua é cheia, os lobos são loucos, o coração é repleto e eu sou serena. Serei plena nesse tempo de replantar-me. Serei eu nesse tempo de repartir-me. Serei minha no tempo de desabrochar-me.

sábado, 28 de junho de 2014

Gosto do cheiro dos outros encruado na minha pele. Cheiro é o maior atestado de amor que o amor pode dar. Daquele amor em seu estado mais primitivo, sem delongas nem contratos. Do amor que fica porque foi intenso demais pra durar toda eternidade. Daquele amor que é amor porque foi devidamente compartilhado e expande o peito até o infinito. Daquele amor que se transforma mas nunca acaba. Porque amor não acaba, só multiplica.

quarta-feira, 23 de abril de 2014

Meu destino é um refazer e desfazer de malas. Verdade inquieta que me busca em todos os sítios: eu, nômade de minh'alma.
Imagem: Moebius de Jean Giraud