quarta-feira, 14 de novembro de 2018
Do amor e outros demônios
De qual amor eu vou comer as letras?
Daquele amor de sal e sol e carteado?
Daquele que me espia entre as frestas da floresta mas não me toca sequer um blues
Preocupado que está com o futuro que não existe?
Seria assim sim: amor da cabeça aos pés se nele acreditasse
Mas na tenra idade da minha loba idade, me preocupo mais com o vento frio que me corrói de madrugada que com os múltiplos dejetos desejos que tua pele me instiga
Que tua posse instiga
No final se trata disso. Amar o que não nos possui, meu amor
E por não me possuíres é que serei sua por completo
E insistirei em nós tal qual uma formiga que retorna a sua casa: atenta e obstinada, certa do nosso destino incerto
Feliz pelo tudo, feliz pelo nada, grata pelo abrigo
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